segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Meu Ponto de Vista - 3 - Cuba e os Diversos Aspectos da Liberdade (Parte II)

Pois é.
O tempo passou.
Hoje, oficialmente chegado à terceira idade, com o tempo de vida dobrado sobre aqueles tenros anos, não sou mais comunista.
Aliás, hoje sequer sei bem o que significa esta palavra. O socialismo real ruiu com o muro, levando junto minhas verdades e certezas. Além do mais, nada como a vivência do dia-a-dia para ensinar a realidade como ela de fato é. A experiência é tudo. Os índios é que sabiam das coisas.
Ficou, porém, intacta, dentro de mim, até hoje, a vontade de consertar o mundo.
Agora bem temperada pela noção de sua impossibilidade, ela converteu-se em algo mais realista. Contento-me em melhorá-lo tanto quanto estiver ao meu modesto alcance.
Permaneço prisioneiro, entretanto, como se ainda adolescente, de uma indomável indignação perante injustiças. Por isso, sempre que posso, assumo atitude militante ao lado dos excluídos.
Alguns diriam, pomposamente, que isso me mantém posicionado à esquerda do espectro ideológico. Outros, que esse tipo de rotulação está fora de moda.
De minha parte, acho que foi-se um invólucro inadequado, mas permaneceu a essência. E se me perdoam a confissão, orgulho-me disto.
Trata-se de um sentimento. Uma visão de mundo. Um traço de personalidade.
E o que tem essa baboseira toda a ver com o tema da conversa?
Simples. Dados os devidos descontos, consideradas as nuances que o tempo, a experiência e a maturidade me conferiram, ainda acredito que, no seu núcleo, a resposta que dava aos jornalistas, trinta anos atrás, não estava de todo errada.
Ei, não me entendam mal. Deixem-me esclarecer uma coisa, desde já, pra que não fique nenhum mal-entendido.
Vocês são testemunhas, mesmo pelos poucos textos que já publiquei aqui neste humilde blog, da defesa intransigente que faço da nossa recente democracia como caminho para aumentar cada vez mais as conquistas da cidadania brasileira. E, também, como celebro permanentemente tudo o que graças a ela já alcançamos.
Então, que fique claro: não sou cego nem hipócrita. Não apenas vejo como reprovo, censuro, e não aceito, de modo algum, as severas restrições às liberdades de expressão e de ir e vir, em Cuba.
Este primeiro ponto é pressuposto básico para que se possa abstrair todo e qualquer preconceito na tentativa de compreensão da análise global que faço neste Meu Ponto de Vista (e que é dividido em partes, porque será longo...).
Peço, então, que nos livremos todos desses dois vícios, a cegueira e a hipocrisia, e o façamos bilateralmente, quer dizer, do nosso sistema para o cubano, mas também do cubano para o nosso.
Ok?
Vamos lá.
Analisemos Cuba e sua Revolução, a partir de uma perspectiva histórica abrangente.
Façamo-lo, porém, mais adiante, no terceiro capítulo desta saga emocionante.

(continua...)




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