Cada dia mais,
o que parece é que D. Dilma vai optar por um dos dois últimos caminhos.
Pense comigo
(mas em voz baixa, ok?).
Se fosse para
simplesmente ceder à chantagem, ela já não o teria feito?
Vai esperar
até quando?
Afinal, a
pressão do Congresso já dura bem uns 20 dias ou mais. E tem sido bem dura. Os
recados fisiológicos estão sendo dados todos os dias.
O PR (Partido
da República, o daquele senador, lembram?) já se diz na oposição, porque não
ganhou o Ministério que queria.
Outros tantos
arrotam grosso.
E não são só
ameaças. Já existem várias represálias concretas.
O nome
indicado pela presidente para a agência reguladora dos transportes foi
rejeitado pelo Senado; o Governo (e o País, claro!) precisa da aprovação rápida
da Lei Geral da Copa, a fim de cumprir os compromissos para organizar o evento,
mas não consegue, em virtude de sucessivos adiamentos por motivos fúteis; há
uma ameaça velada de aprovar o Código Florestal em versão danosa para toda a
população brasileira (e mesmo para o mundo...), só porque é o contrário daquela
desejada pelo Governo; as comissões das duas casas estão repetidamente derrotando
temas do interesse dele.
A Presidente?
Quieta.
Na minha
opinião, ela está é trucando.
Pagando pra
ver até onde os caras agüentam.
Lembra da
brincadeira do pisca? Ora, você também foi criança, um dia. Sei que vai
lembrar. Os dois adversários se desafiam olhando-se nos olhos, e perde quem
piscar antes. Lembra agora?
Pois é. Eu
acho que é esse o jogo que está sendo jogado.
E a Dilma
aposta que o Congresso vai piscar primeiro.
Quer saber o
que eu penso (como se tivesse grande importância...)?
Penso que ela
está certa.
A imensa
maioria dessa gente não tem a menor ideia de como é fazer política expostos a
chuvas e trovoadas. Quer dizer, suas carreiras não sobreviveriam quase nada longe
das “tetas” do poder, sem a sombra acolhedora e sobretudo protetora do governo.
O fisiológico
vive disso mesmo, do fisiologismo. É a única linguagem que pratica em todos os
níveis, inclusive no relacionamento com seu eleitorado. Só sabe conservá-lo
exibindo sua “influência” e o “bem” que ela supostamente traz ao dia-a-dia das
pessoas. Se perdê-la, o que resta?
Então, vamos
ficar atentos.
D. Dilma pode
estar inaugurando uma nova era na política brasileira, no que diz respeito ao
relacionamento do Executivo com o Legislativo.
Não estou
afirmando que está, estou apenas conjecturando (esperando? sonhando?) que pode
estar.
Talvez ela
esteja endurecendo pra valer, sem negociação alguma. Nesse caso, se vencer,
obterá a rendição incondicional. Não creio na hipótese. Suas chances de sucesso
são muito menores, não só porque é uma empreitada incomparavelmente mais difícil,
mas, mais que tudo, porque adversários encurralados, confrontados com a necessidade desse
tipo de capitulação, costumam reagir de forma irracional e com
grande ferocidade.
Não. Nem a
prudência e nem a sabedoria política aconselham essa estratégia.
De forma que,
firmes na análise do André Gonçalves, só nos resta o caminho da depuração da
base aliada.
Se me fosse
dado o dom de adivinhar, apostaria minhas fichas na hipótese de que, neste
exato momento, Dilma e sua república de mulheres estão dedicadas em tempo
integral a costurar, na discrição dos bastidores, uma estrutura de apoio no
Congresso Nacional que, embora mais enxuta, seja um pouco menos fisiológica e
mais ideológica. Portanto, mais confiável e menos chantagista.
Nunca fui um
grande analista político. Portanto, se eu fosse você, não colocaria dinheiro no
meu palpite. Mas que o raciocínio é bem fundamentado, lá isso você tem que
reconhecer que é.
E que o palpite, portanto, faz sentido, lá isso faz.
Quem viver, verá
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