Essa é pra dar
muita risada. Muita mesmo.
Ouvi ontem,
dia 29 de março, na Rádio BandNews FM.
Quase morri de
rir.
Vocês sabem o
que é o Clube Militar?
É uma
entidade, que fica no Rio de Janeiro, onde atualmente se reúnem as viúvas da
ditadura.
É lá que vão
os generais ainda vivos, hoje felizmente de pijama, que participaram, de uma
forma ou de outra, do golpe que em 1964 rasgou a Constituição Brasileira e instaurou
um regime militar que por mais de 20 anos governou o País com mão de ferro,
perseguindo, torturando e matando toda e qualquer pessoa que a ele se opusesse,
mesmo que apenas com ideias e de forma absolutamente pacífica.
Regime este
que, no processo, atrasou o amadurecimento político da população brasileira em
pelo menos um século (por baixo).
Vão lá, tomam
seu chazinho, relembram os bons tempos quando mandavam e desmandavam,
provavelmente choram de saudades.
Bom.
Ontem,
estiveram lá mais uma vez. Foram “comemorar” o aniversário do golpe, que, como se
sabe (ou se deveria saber – não esquecer é sempre um meio de evitar que se
repita) aconteceu no dia 1º de abril daquele fatídico ano.
Enquanto
celebravam seu “feito”, suas vítimas resolveram protestar.
Várias pessoas
que de algum modo foram prejudicadas pela ditadura (torturados, parentes de
mortos e desaparecidos, etc.), organizaram uma manifestação exatamente no mesmo
horário, na frente do Clube.
Ali, aos
brados, extravasaram a sua versão do evento que do lado de dentro as viúvas celebravam.
Quando a reunião
destas últimas terminou, e elas deixaram o edifício, houve tumulto, que
precisou ser contido pela polícia.
Foi então que
ocorreu o episódio que provocou a minha crise de riso.
Perguntaram a
uma das viúvas, o General Clóvis Bandeira, o que achava da manifestação das
pessoas em frente ao Clube.
Parêntesis.
Quem é o Gal. Clóvis Bandeira?
Não sei muito,
mas eis o pouco que sei: é vice-presidente do Clube Militar, e ardoroso
defensor da ditadura militar de 1964. Acha que a Comissão da Verdade criada pelo
Governo para esclarecer a História do Brasil durante aqueles anos em que essa
história foi manipulada, corrompida, distorcida e escondida do povo e do mundo pelo
próprio Gal. Bandeira e seus colegas é “revanchista”; ou seja, não vê nenhuma
razão pela qual o povo brasileiro deva ter acesso aos fatos que constituem sua
própria história, que para todos os demais mortais é um dos elementos
constitutivos essenciais da identidade nacional.
Fecha parêntesis.
O Gal.
Bandeira, que participou ativamente, e morre de saudades, do regime que
censurava a imprensa, prendia, torturava e matava quem quer que dele
discordasse, etc., etc., etc., saiu-se com uma resposta que dizia mais ou menos
o seguinte (não lembro exatamente as palavras utilizadas pela radialista):
- “Este
protesto atenta contra a liberdade de expressão. Ele objetiva coibir o direito de manifestação de pessoas QUE
SIMPLESMENTE PENSAM DIFERENTE DE SEUS PROMOTORES.”
Que tal?
Não é o máximo?
Eu, que estava
vindo para casa dirigindo meu carro, precisei estacionar. O ataque de riso foi
tamanho que se permanecesse trafegando teria colocado a minha vida e a de
outros em sério risco.
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