domingo, 17 de fevereiro de 2013

Nem Aqui Nem na China



Por princípio, não leio a Revista Veja.
Quem acompanha minimamente este humilde blog sabe por que.
Apenas agora, e graças a uma mensagem que recebi de um grande amigo, tomei conhecimento de que na sua última edição de janeiro ela publicou uma coluna assinada pelo jornalista J.R. Guzzo, sob o nome “Namorando com o Suicídio”.
Versa, em geral, sobre a violência que se vê no Brasil, e, em particular, sobre aquela que se volta contra os policiais.
Em nome de tudo em que acredito, e pelo que tenho lutado ao longo dos anos, não posso me furtar a tecer alguns comentários sobre ele.
Se você se interessar pelos mesmos, sugiro que antes dê uma lida no referido artigo. Você o encontra neste link: http://arquivoetc.blogspot.com.br/2013/01/artigo-jr-guzzo-veja.html
Leu?
Então, vamos examiná-lo juntos.
Em primeiro lugar, não enxergo em qualquer jornalista que publique na Revista Veja autoridade moral para criticar criminosos.
É que todos tendemos a sucumbir à ideia de que crime é apenas aquele violento, aquele de sangue. Mas não é. Existe uma categoria de delitos, tão hediondos quanto, e que não envolvem violência ou sangue. Quais? Os crimes do colarinho branco. Talvez sejam até mais graves, porque em grande medida contribuem para a disseminação incontrolada da violência em si. Pode-se afirmar sem grandes medos de errar que uma diminuição significativa na corrupção, nos ladrões de gravata, geraria desdobramentos positivos nos índices de violência.
Entretanto, esse não é o tema agora, de modo que talvez em outro momento possamos examinar com mais cuidado os mecanismos através dos quais isso se dá.
O que tem a Veja com isso? Simples. Até as colunas do templo de Atenas sabem que ela é cúmplice, no mais sórdido sentido da palavra, de inúmeros crimes de colarinho branco praticados pelo notório bandido Carlinhos Cachoeira. Em prol de objetivos próprios e inconfessáveis colaborou com ele, incentivou suas práticas, acobertou-o, favoreceu-o. É, portanto, criminosa também. Seus chefes só não vão a julgamento porque o Brasil ainda não juntou força – ou coragem – para enfrentar e moralizar a grande e inescrupulosa mídia que o desgraça.
Então, de qualquer forma, pode-se afirmar que essa revista colabora para a ocorrência, no Brasil, da violência da qual o articulista põe a culpa exclusiva no Governo.
Alto lá, portanto. Devagar com o andor.
É no mínimo temerário dar crédito aos rotos, quando se referem criticamente aos esfarrapados.
Assim, toda a lenga-lenga do Sr. Guzzo padece de nada menos do que um vício de origem. É malnascida.
O que, a meu ver, já é suficiente para abastardar-lhe irremediavelmente o conteúdo.
Este último, no entanto, por suas próprias e disparatadas mazelas, merece ser analisado e rebatido, ponto a ponto.
Até porque não passa de um amontoado mal enjambrado de clichês, que não apenas não se sustenta ao menor sopro de uma análise mais séria, como mal consegue esconder interesses e objetivos escusos a serviço, como não poderia deixar de ser, dos ideais dos donos da revista, hoje os mais ativos e visíveis atores políticos da extrema direita brasileira.
Para poupar você, meu sacrificado leitor, de um texto demasiado longo, vou tentar pinçar do artigo em questão, para analisá-las, apenas as asneiras mais gritantes.
A isso, portanto.
Começa sua investida o nosso intrépido articulista fazendo uma comparação, em números absolutos, entre o Brasil e a França.
Isso é de um absurdo atroz.
Equivale mais ou menos a analisar bananas utilizando laranjas como parâmetro.
A França é imensamente menor do que o Brasil. Sua população é três vezes inferior à nossa. E, principalmente, seu estágio de desenvolvimento social, econômico e político é incomensuravelmente mais avançado.
Pura má-fé do cara, portanto.
Na sequência, ele afirma que o Brasil, por omissão, está dando aos bandidos uma espécie de salvo-conduto para matar policiais. Que por acharmos que o problema é apenas dos dois “contendores”, todos lavamos as mãos.
Revela-se, aqui, de maneira particularmente marcante, o principal defeito de toda a invectiva. Feroz, raivosa mesmo, mostra o que considera seriíssimas distorções, e aponta o dedo acusador em várias direções, ora para achar culpados, ora para denunciar inércia diante da barbárie. Só não se importa, em momento algum, de formular o mais frágil fiapo de sugestão para um caminho que os “inertes responsáveis” deveriam seguir! Fácil, simples, acusar os outros. Típico.
Essa atitude, porém, tem uma forte razão. É o simplismo, essencial e obrigatório, do argumento. Se abandonar esses predicados, ele morre de inanição. Furta-se, nosso indômito analista – e o faz por descarada má-fé –, de mencionar o fato de que há, no ambiente invocado por ele, pelo menos dois tipos totalmente distintos de mortes de policiais praticadas por bandidos.
E que, em decorrência, duas são as realidades a conhecer e duas as metodologias a utilizar para combatê-las.
O primeiro tipo é o que se verifica na chamada “linha do dever”. Decorre da periculosidade inerente à própria função, e ocorre nos confrontos com marginais, aos quais todo e qualquer policial do mundo, por definição, está sujeito na sua atividade diária.
É da essência do trabalho.
Estes são heróis. Todos. Merecem as maiores homenagens. Corporificam a mais nobre das atribuições policiais, que é a de escudo da sociedade.
O segundo tipo de morte é bastante mais complexo do que isso.
São os assassinatos puros e simples. Não atingem policiais exercendo seu mister. Alcançam, traiçoeiramente, pessoas comuns, escolhidas para morrer em virtude de sua profissão.
(O fato de que estes homicídios com certeza respondem pela esmagadora maioria das mortes de policiais ocorridas em 2012, em São Paulo, escancara ainda uma vez o despautério da comparação com a França, cujas vítimas certamente se enquadram todas apenas no primeiro tipo.)
A compreensão desse fenômeno, de suas causas e desdobramentos, exige uma análise séria, profunda e detalhada, que precisa inevitavelmente, entre outras coisas, debruçar-se sobre o próprio modelo policial brasileiro. Por princípio, deve ser isenta de maniqueísmo, tentação de qualquer exame superficial.
Acontece que a omissão dessa análise faz parte da estrutura interna do argumento utilizado por Guzzo, que é, além disso, e por natureza, maniqueísta. Se escapasse de tais armadilhas, veria ruírem por terra todas as premissas que embasam seus pontos de vista.  E, pior que isso, correria o risco abominável de desagradar os interesses de seus patrões.
Para fugir de tão ingrata obrigação, o audaz articulista recorre à mais velha, desmoralizada e desgastada das estratégias: desqualificar, mediante pura desonestidade intelectual, os que pensam de maneira diversa da dele.
Verdade!
Nosso amigo, sem sequer corar de vergonha, afirma textualmente que a cultura brasileira consagrou a ideia de que reprimir o crime seria atentar contra a democracia! E que, nesse seara, a principal função do Estado seria a de, em lugar disso, combater a violência da polícia!
Será que meu cérebro não me enganou? Será que alguém em plena propriedade de suas faculdades mentais é capaz de uma afirmação tão estúpida?
Infelizmente, sim. Está lá. O cara escreveu isso mesmo.
Eu, de minha parte, vejo aí um ovo de serpente. Fascismo, mesmo. Puro e simples fascismo. Extrema direita. Furibunda. Perigosa.
Explico.
A visão combatida pelo articulista é aquela que a direita acostumou-se a designar pejorativamente como de “militância pelos direitos humanos”.
Escrevi certa vez que a elite brasileira, além de extremamente hábil, é uma das mais cruéis e implacáveis do mundo.
Utilizando-se dessas duvidosas qualidades, submete o conjunto restante dos brasileiros, desde sempre, a um severíssimo regime de opressão.
Chega a torná-lo seu aliado, convencendo-o de que essa ordem injusta é a melhor que pode existir.
Ocorre que na faixa mais baixa dos oprimidos a revolta muitas vezes estoura sob a forma do crime.
Duvida? Então explique pra mim por que diabos os autores de crimes violentos são sempre originários das camadas humildes? Por que é que na cadeia só tem preto e pobre? O número de criminosos violentos oriundos de outros extratos sociais é estatisticamente insignificante! Resume-se a crimes passionais, uma ou outra disputa patrimonial, ou distorções de personalidade.
À elite, cujo método de opressão é por natureza violento, só ocorre responder com violência. Ao invés de contemplar a hipótese de permitir a criação de vias de acesso dos oprimidos a mais cidadania, circunstância que certamente diminuiria de forma altamente significativa as opções pela criminalidade, ela só sabe responder com aumento da repressão.
Mais violência. Penas mais duras! Redução da maioridade penal! Mantenha-se a ralé no seu devido lugar, a qualquer custo! Vendetta!
O resultado é e sempre será pífio. A história está recheada de exemplos. Ou alguém acha que a lei dos crimes hediondos, que endureceu fortemente as penas para crimes mais graves há mais de 20 anos, contribuiu minimamente para diminuí-los?
Ou alguém sério discorda de que violência só é capaz de produzir mais violência, num círculo sem fim?
Embora expressamente não proponha nada, o fato é que o artigo do Sr. Guzzo está de forma evidente, mesmo que sub-reptícia, advogando o puro e simples endurecimento. Mais do mesmo. Baixar o pau. Como convém, aliás, a alguém que trabalha para a direita fascista.
Isso satisfaz, claro, a mais baixa sanha de vingança. Mas, do ponto de vista de redução dos índices de criminalidade, não resolve absolutamente nada.
Há um momento no artigo em questão onde o ódio se revela pelo teor das expressões utilizadas. Guzzo entende que os governos estão apavorados por “defensores de minorias, viciados em crack, mendigos, vadios e por aí afora”. Ai, que horror! A escória! Mendigos? Oh ! Vadios? Oh! Viciados? Meu Deus, segreguem-nos, prendam-nos, matem-nos se for preciso, mas por favor tirem-nos debaixo de minha preciosa e cultivada vista!
               Os excluídos, para Guzzo, devem ser mencionados entre aspas. A ironia asquerosa contida nessa atitude é por demais reveladora.
Para nossa elite cheirosa – e, claro, seus perdigueiros travestidos de porta-vozes – a simples ideia de melhorar a situação melhorando a condição social e a qualidade de vida dos destituídos é por demais odiosa.
No fundo, sabe que este é o caminho correto para atacar a criminalidade na sua estrutura, nas suas causas.
Mas não suporta sequer pensar nisso. Porque talvez – e apenas “talvez” – signifique ter que abrir mão de um fiapinho que seja dos privilégios aos quais foi acostumada pelos séculos afora. Deus nos livre!
Então, a saída é apenas o sarrafo. Aquele, bom e velho, que ela sempre manipulou tão bem.
Do outro lado estamos nós, os odiados “militantes dos direitos humanos”. Aqueles que, além de tudo, lutam pela solução verdadeira, que implica em mais justiça social.
 Aqueles, que “só se preocupam com os direitos dos criminosos, e não dão a mínima para os das vítimas”. Já ouviu esse clichê? Pois é. Arma dos ingênuos, ou apenas dos de má-fé, ele se repete como mantra por aí afora. Mesmo sendo simplista e, sobretudo, falso.
A má-fé reside exatamente no maniqueísmo.
Para melhor me explicar, vou transcrever literalmente a frase do nosso indômito analista: “... se espalhou pelo Brasil, a ideia de que reprimir delitos é uma postura antidemocrática — e que a principal função do estado é combater a violência da polícia, não o crime.”
É evidente que o articulista atribui essa “ideia” à cultura dos direitos humanos. Em outras palavras, aos “militantes”.
Outra vez, porém, ele é primário. Se por ignorância ou má-fé, deixo para vocês decidirem. Segundo ele, as atitudes só podem ser excludentes entre si. Assim: preocupar-se com o direito de criminosos é incompatível com a possibilidade de fazê-lo com o das vítimas; se o Estado combate a violência policial não pode combater o crime. É invariavelmente “ou um ou outro”.
Falso. Outra vez, falso. É esta a desqualificação à qual me referi. As atitudes NÃO são excludentes. É perfeitamente possível fazer com que convivam simultaneamente.
Ao afirmar o contrário, o indômito articulista deturpa, de forma desonesta, as posições dos “militantes” que tanto precisa combater.
Porque o que fazemos é exatamente o oposto. As posições convivem, e não se excluem.
Defendemos os direitos humanos de todos, algozes e vítimas (até porque aqueles, mesmo criminosos, não perdem sua condição de seres humanos; além do mais, sua punição está prevista em lei, e deve ser outorgada NO RIGOR, mas também nos limites, da lei). E entendemos que é possível – e necessário! – combater o crime e também a violência policial.
Então, Senhor Guzzo, preste atenção, por favor. Vou repetir: é função do Estado combater a violência.
Ponto.
Toda violência! Qualquer violência!
(Aviso aos navegantes: claro que a violência policial a que me refiro aqui é aquela ilegal. Sim, porque existe a violência legal, que a polícia tem autorização para praticar, quando necessário para garantir a ordem pública. Chama-se “uso legal e progressivo da força” e pode chegar a ser até letal. Quando praticada corretamente, nada tem de criminoso. Pelo contrário.)
Não se distingue sua origem.
Violência é violência, seja quem for que a pratique. A violência policial é tão crime quanto qualquer outro!
Todos sabemos que um policial fardado, no exercício de seu dever, é a face mais visível do Estado. Então, se pratica uma ilegalidade, é o Estado que a está praticando.
Ora, para quem não sabe, há uma forte razão para que a palavra “Direito” se coloque como qualificativo da expressão “Estado Democrático”, que tivemos tanta dificuldade para conquistar, e no qual nos orgulhamos de viver. Forte, mas bem simples. No Estado Democrático de Direito, todos devem estar submetidos ao império da lei.
Todos, mas principalmente o Estado. Quando avaliza uma ilegalidade, ele, o Estado, se torna ilegal. Vai daí, arruína o próprio conceito de Estado Democrático de Direito.
É simples assim.
Se não combater a violência policial ilegal, o Estado a estará praticando, e, com isso, nada mais nada menos do que solapando a Democracia. A mesma Democracia da qual ele, Estado, deve ser o mais forte e zeloso guardião.
É pouco?
Não significa isso, em hipótese alguma, como quer fazer crer o Sr. Guzzo, “amolecer” no combate ao crime.
Absolutamente. Como disse, ambas as coisas podem e devem ser conduzidas com igual vigor, e simultaneamente. Até porque, a rigor, são uma só. Ambas são crime.
Se o Sr. Guzzo pensa que as instituições que menciona (ONGs, corregedorias e ouvidorias, etc.) fazem com que a fiscalização sobre as polícias seja exagerada, talvez deva usar de seu próprio método, e dar uma olhadinha em outros países. Ficaria espantado com o nível de controle, interno e externo, existente mesmo naqueles que para os de sua ideologia são tidos como paraísos.
Para terminar, há mais uma mentira do cara, a desmascarar.
Escreveu ele: Sua última invenção (dos “militantes”, decerto), em São Paulo, foi proibir a polícia de socorrer vítimas em cenas de crime, por desconfiar que faça alguma coisa errada se o ferido for um criminoso; com isso, os policiais paulistas tornam-se os únicos cidadãos brasileiros proibidos de ajudar pessoas que estejam sangrando no meio da rua.
                             "Desconfiar", sr. Guzzo? DESCONFIAR??
                             "Alguma coisa errada", sr. Guzzo? ALGUMA COISA ERRADA????
                           Isso é realmente o que eu chamaria de esperta (espertíssima!) utilização de eufemismos.
                     Ninguém "desconfia" de nada. Sabe-se! E o que se sabe? Sabe-se que "alguma coisa errada" são assassinatos puros e simples, sumárias execuções de suspeitos feridos em tiroteios com a polícia, que rotineiramente ocorrem no interior das viaturas policiais, no trajeto entre o local do tiroteio e o hospital.
Mentira, portanto. Deslavada mentira.
Primeiro porque os policiais paulistas não estão sozinhos. Os do Paraná os precedem, porque a proibição nasceu aqui. Lá só foi copiada.
E seu fundamento, acima informado, mas eufemisticamente manipulado pelo Sr. Guzzo (Deus o livre se fizesse diferente, arruinaria seu argumento!...), é simples, embora terrível.
Constatou-se que um suspeito de crime, baleado por policiais, que fique sangrando na rua até a chegada do SAMU ou SIATE, tem chances muito, MUITO maiores, de chegar vivo ao hospital, do que se for para lá conduzido pelos próprios policiais, mesmo que isso demore mais.
É, como disse, uma verdade terrível, mas nem por isso menos real. Constatada por fatos, Sr. Guzzo. Provado pela enorme quantidade de suspeitos que embarcam nas viaturas feridos, mas vivos, e que chegam ao hospital mortos.
Atestado pela sanha de justiçamento que grassa em nossas polícias. Justiçamento esse que pode parecer muito saboroso quando se pensa em crime primariamente, como um simples jogo de “vendettas”. Mas não quando se preza pela legalidade.
Até porque, Sr. Guzzo, mesmo para o desgosto dos raivosos, não existe pena de morte no Brasil. E, ainda que existisse, acusar alguém de crime punível com ela, decidir pela procedência dessa acusação, sem direito de defesa, e, então aplicá-la sumariamente, não são atribuições da polícia.
Nem aqui nem na China.

5 comentários:

  1. Sua citação "E, ainda que existisse, acusar alguém de crime punível com ela, decidir pela procedência dessa acusação, sem direito de defesa, e, então aplicá-la sumariamente, não são atribuições da polícia.
    Nem aqui nem na China."

    Sua afirmação é falsa.
    O Sr. deveria conhecer a ação da policia chinesa diante da população Tibetana.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Quem_com_ferro_fere,_com_ferro_ser%C3%A1_ferido

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  3. Prezada Karma,
    Antes de mais nada, obrigado pela leitura, e também pelo comentário.
    Na verdade, não acho que minha afirmação seja falsa.
    Em primeiro lugar, porque não deve ser tomada no sentido literal. O dito "nem aqui nem na China" é uma expressão idiomática, utilizada em sentido figurado. Popularmente se usa para significar que o assunto ao qual a mesma se refere não é válido em lugar algum do mundo. Pelo menos, foi assim que eu quis utilizá-la.
    Por outro lado, mesmo que fosse para ser interpretada literalmente, ainda assim não seria falsa. Isto porque a referência é às atribuições da polícia, e não ao que ela faz, ilegalmente, fora destas atribuições.
    É esta a minha afirmação: condenar alguém à morte e cumprir essa sentença, executando o "condenado" não é função de nenhuma polícia. Nem da chinesa. Então, se ela o faz, está agindo ilegalmente, e, portanto, fora de suas atribuições. Exatamente como a brasileira, em algumas situações de grupos de extermínio, que foram objeto da minha reflexão.
    Respondi?

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  4. Fala meu amigo, Marcelo!
    Quanto tempo! Fiquei feliz de ler este seu texto e saber que a publicação em meu blog gerou tamanha reflexão e indignação. De tudo que li, lembro de um trecho do livro "Notícia de um sequestro", de Gabriel Garcia Márquez, que admiro muito:
    "As pessoas que violam os direitos humanos não têm melhor desculpa para continuar fazendo isso do que apontar essas mesmas violações por parte dos outros". Nenhuma frase mais verdadeira (para ambos os lados) do que essa.
    Gostei das suas ponderações, mas não posso escrever outras aqui, pois sairia um novo texto.
    Precisamos é conversar pessoalmente. Grande abraço,

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  5. Rafael. Quando você quiser. é só você dizer dia, local e hora... Terei o maior prazer. Sou fã de trocar ideias com pessoas inteligentes. Obrigado pelo comentário. Abraço.

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