terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pingos

Inauguro hoje um novo tipo de postagem.
Todo dia, lendo os jornais, me ocorrem opiniões sobre as mais variadas notícias.
Pois vou usar este espaço para deixá-las registradas.
Pretendo que tenham a forma de comentários curtos (o que, para mim, será uma façanha...). Por isso o nome da série: Pingos.
Vamos lá.

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1)      Sobre a morte, domingo, 09/09/2012, do ex-prefeito de Curitiba, Ivo Arzua Pereira.

Primeiramente, meus respeitos à família. São devidos, independentemente de qualquer coisa.
Mas vamos ao comentário.
Pelo que eu saiba, foi um bom prefeito. No entanto, a tendência que se lê é de endeusá-lo. Há um cronista, inclusive, que se queixa de que os atuais candidatos não estão à sua altura. Tem sempre um jornalista saudosista pra achar que já não se fazem mais políticos como antigamente.
Eu discordo. Acho que muitas vezes é inclusive o contrário.
Mas isso não esconde o mais importante: estão tentando diminuir a participação do falecido na instauração da ditadura mais implacável que o Brasil já conheceu, a do Ato Institucional nº 5, editado com sua assinatura, na qualidade de Ministro da Agricultura, em dezembro de 1968.
Desculpem, mas para isso não há perdão ou atenuante. Nem a morte.
Há momentos na vida, e na história, em que as pessoas precisam se posicionar. Ivo Arzua Pereira inegavelmente o fez. Com absoluta clareza. E optou pela sombra, ao invés da luz.
Ali, já vigorava um regime de exceção. A escolha nem era entre democracia e ditadura, mas entre mais ou menos ditadura.
Se cresse na liberdade, minimamente que fosse, o ex-prefeito deveria ter ido pra casa e se recusado a assinar aquela excrescência.
Mas não o fez. Ao contrário, consta que na reunião ministerial que a aprovou, foi um de seus mais entusiasmados defensores.
Não existe meio-termo. Quando se é a favor da cassação das liberdades de um povo, não importa se é por um dia, por um ano ou por um século. Trata-se de uma posição de vida. Uma profissão-de-fé.
É isto o que passará para a história do Brasil. Quando chamado a escravizar sua população, Ivo Arzua disse sim.
Nada do que possa ter feito antes ou depois tem força suficiente para amenizar este fato.

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2)      Notícia da Agência “O Globo”, reproduzida pela Gazeta do Povo de hoje, 11/09/2012, na seção “Mundo”, sob a manchete “Governos Aliados de Chávez Temem Candidato da Oposição”:

“A divulgação, nas últimas semanas, de pesquisas que apontam o desgaste do presidente Hugo Chávez na campanha eleitoral venezuelana e o conseqüente fortalecimento do candidato único da oposição, Henrique Capriles Radonski, provocou preocupação em vários governos da região...”

Ué, tem pesquisas eleitorais na Venezuela?
E elas podem indicar chance de vitória da oposição?
Pior: pode haver vitória da oposição?
Mas como? Não é a Venezuela que, segundo essa mesma imprensa, é uma ditadura caudilhesca?
Lá as cartas não são marcadas, como em qualquer ditadura?
As eleições não são manipuladas?
Que ditador fajuto é esse que permite pesquisas que o desfavorecem e uma eleição capaz de deixar a oposição sonhar em ganhar?
Estranho...



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