Inauguro hoje um novo tipo de postagem.
Todo dia, lendo os jornais, me ocorrem opiniões sobre as mais variadas notícias.
Pois vou usar este espaço para deixá-las registradas.
Pretendo que tenham a forma de comentários curtos (o que, para mim, será uma façanha...). Por isso o nome da série: Pingos.
Vamos lá.
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1) Sobre a morte, domingo, 09/09/2012, do ex-prefeito de Curitiba, Ivo Arzua Pereira.
Primeiramente, meus respeitos à família. São devidos, independentemente de qualquer coisa.
Mas vamos ao comentário.
Pelo que eu saiba, foi um bom prefeito. No entanto, a tendência que se lê é de endeusá-lo. Há um cronista, inclusive, que se queixa de que os atuais candidatos não estão à sua altura. Tem sempre um jornalista saudosista pra achar que já não se fazem mais políticos como antigamente.
Eu discordo. Acho que muitas vezes é inclusive o contrário.
Mas isso não esconde o mais importante: estão tentando diminuir a participação do falecido na instauração da ditadura mais implacável que o Brasil já conheceu, a do Ato Institucional nº 5, editado com sua assinatura, na qualidade de Ministro da Agricultura, em dezembro de 1968.
Desculpem, mas para isso não há perdão ou atenuante. Nem a morte.
Há momentos na vida, e na história, em que as pessoas precisam se posicionar. Ivo Arzua Pereira inegavelmente o fez. Com absoluta clareza. E optou pela sombra, ao invés da luz.
Ali, já vigorava um regime de exceção. A escolha nem era entre democracia e ditadura, mas entre mais ou menos ditadura.
Se cresse na liberdade, minimamente que fosse, o ex-prefeito deveria ter ido pra casa e se recusado a assinar aquela excrescência.
Mas não o fez. Ao contrário, consta que na reunião ministerial que a aprovou, foi um de seus mais entusiasmados defensores.
Não existe meio-termo. Quando se é a favor da cassação das liberdades de um povo, não importa se é por um dia, por um ano ou por um século. Trata-se de uma posição de vida. Uma profissão-de-fé.
É isto o que passará para a história do Brasil. Quando chamado a escravizar sua população, Ivo Arzua disse sim.
Nada do que possa ter feito antes ou depois tem força suficiente para amenizar este fato.
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2) Notícia da Agência “O Globo”, reproduzida pela Gazeta do Povo de hoje, 11/09/2012, na seção “Mundo”, sob a manchete “Governos Aliados de Chávez Temem Candidato da Oposição”:
“A divulgação, nas últimas semanas, de pesquisas que apontam o desgaste do presidente Hugo Chávez na campanha eleitoral venezuelana e o conseqüente fortalecimento do candidato único da oposição, Henrique Capriles Radonski, provocou preocupação em vários governos da região...”
Ué, tem pesquisas eleitorais na Venezuela?
E elas podem indicar chance de vitória da oposição?
Pior: pode haver vitória da oposição?
Mas como? Não é a Venezuela que, segundo essa mesma imprensa, é uma ditadura caudilhesca?
Lá as cartas não são marcadas, como em qualquer ditadura?
As eleições não são manipuladas?
Que ditador fajuto é esse que permite pesquisas que o desfavorecem e uma eleição capaz de deixar a oposição sonhar em ganhar?
Estranho...
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